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Saúde

Brasil tem excesso de farmácias e enfrenta desafio com descarte de medicamentos vencidos

Com uma farmácia para cada 2.217 habitantes, o Brasil ultrapassa – e muito – o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que indica a proporção ideal de uma farmácia para cada 10 mil pessoas. Os dados, divulgados pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), revelam um cenário de fácil acesso aos medicamentos, mas que […]


Remédios

Com uma farmácia para cada 2.217 habitantes, o Brasil ultrapassa – e muito – o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que indica a proporção ideal de uma farmácia para cada 10 mil pessoas. Os dados, divulgados pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), revelam um cenário de fácil acesso aos medicamentos, mas que esconde um problema crescente: o descarte inadequado dos remédios fora de uso ou vencidos.

A abundância de estabelecimentos farmacêuticos acompanha o fato de o país estar entre os dez maiores consumidores de medicamentos do mundo, de acordo com o próprio CFF. Entre os mais ingeridos estão os anticoncepcionais, analgésicos, descongestionantes nasais, anti-inflamatórios e até antibióticos que não exigem receita médica. Esses produtos costumam compor a tradicional “farmacinha” dos lares brasileiros, especialmente nas casas com crianças e idosos.

Entretanto, o acesso facilitado e o uso frequente de medicamentos acabam criando um passivo ambiental: o acúmulo de fármacos vencidos, muitas vezes descartados no lixo comum ou no esgoto, o que representa um risco grave para o meio ambiente e para a saúde pública.

Impacto ambiental e riscos à saúde

O professor do curso de Farmácia da Faculdade Anhanguera, Caio Nepomuceno, alerta que os medicamentos descartados de forma incorreta podem contaminar o solo, rios e lençóis freáticos, além de favorecer a proliferação de bactérias resistentes, tornando tratamentos futuros menos eficazes.

“Os medicamentos contêm substâncias químicas ativas que podem se dissolver na água e contaminar rios, lagos e aquíferos. Isso pode afetar a qualidade da água potável e prejudicar os ecossistemas. Além disso, o descarte inadequado de antibióticos no esgoto pode contribuir para o desenvolvimento de bactérias resistentes no meio ambiente, o que representa uma séria ameaça à saúde pública”, explica Nepomuceno.

Segundo especialistas, 1 kg de medicamento descartado incorretamente pode contaminar até 450 mil litros de água — quantidade suficiente para abastecer uma pessoa por cerca de 4 anos. Algumas dessas substâncias químicas podem até se transformar em componentes tóxicos, interferindo no equilíbrio da fauna, flora e nos ecossistemas aquáticos.

Como descartar corretamente

Para enfrentar esse problema, é fundamental que a população saiba como se desfazer dos medicamentos corretamente. O professor Caio Nepomuceno listou algumas orientações práticas:

  • Entregar os medicamentos vencidos ou em desuso em farmácias e drogarias, que são responsáveis por encaminhar os resíduos para descarte seguro.
  • Hospitais e postos de saúde também recebem agulhas, seringas e lancetas usadas – principalmente por pessoas com diabetes. Estes devem ser armazenados em recipientes rígidos e lacrados, como garrafas PET ou latas.
  • Caixas e bulas podem ser descartadas com o lixo reciclável comum.
  • Verificar regularmente a validade e o armazenamento dos medicamentos para garantir sua eficácia e segurança.
  • Evitar a automedicação: a presença de uma “farmacinha” em casa não substitui a consulta com um profissional da saúde.

Legislação e responsabilidade ambiental

Em 2020, após uma década de discussões, foi sancionado o Decreto nº 10.388, que regulamenta o descarte de medicamentos domiciliares em todo o território nacional. A norma estabelece que a responsabilidade pelo recolhimento e destinação final correta desses produtos deve ser compartilhada entre consumidores, estabelecimentos farmacêuticos, distribuidores e fabricantes.

O não cumprimento das diretrizes pode configurar crime ambiental, sujeitando os responsáveis a penalidades previstas na legislação ambiental brasileira.

Educação como aliada

A Anhanguera, instituição de ensino que atua na formação de profissionais da saúde, reforça o papel da educação como ferramenta essencial para transformar esse cenário. A instituição incentiva o ensino voltado à sustentabilidade e responsabilidade social, preparando alunos para lidar com desafios reais da profissão, como o manejo correto de resíduos farmacêuticos.


Sobre a Anhanguera
Fundada em 1994, a Anhanguera integra a Cogna Educação, o maior grupo educacional do país. Com presença nacional, a instituição oferece mais de 180 cursos, incluindo graduação presencial, EAD, pós-graduação e técnicos. Sua missão é proporcionar educação de qualidade com foco em empregabilidade e formação cidadã, contribuindo para uma sociedade mais justa e consciente.


Assessoria de imprensa

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